segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Um breve interlúdio sobre Educação Inclusiva




Se a diversidade faz parte da natureza, e como tal convivemos com ela diuturnamente, pensar em inclusão é negar essa vivência.
E se negamos e apontamos a inclusão somente para os deficientes como surdo, mudo, cego, tetraplégico, etc... de que forma vamos realmente falar em educação global se fingimos uma homogeneidade entre gordo e magro, alto e baixo, careca e cabeludo?
Pensar em educação inclusiva, não é só pensar os que apresentam deficiências, mas é também contemplar os alunos que são lentos na aprendizagem, que se dispersam com facilidade, é respeitar os vários ritmos existentes numa sociedade rica em diversidade.
Para se pensar em uma mudança na escola para atender a estas crianças é preciso levar em consideração que todas as crianças, sem exceção, tem eficiências e deficiências em sua forma de se relacionar com o mundo, e que o nosso papel enquanto educadores é o de humanizarmos essa relação, criando um espaço-tempo onde ocorra uma aprendizagem significativa por parte de todas as crianças.
Segundo a fala da Profa. Mestra Mabel Strobel Moreira Wimer, a relação humana é composta por três elementos básicos quando se fala em conhecimento: a linguagem, o poder e o trabalho, que estão ligados intrinsecamente na condição e produção humana em especial na produção cultural.
De que forma estamos nos utilizando de nossa linguagem, quando se pensa em uma educação inclusiva. Será que relacionamos a linguagem somente com a oralidade? E as expressões corporal, que diz o jeito de ser e de fazer de cada pessoa, estamos nos utilizando desta linguagem?
E o poder, será que é relacionado somente ao professor dentro de uma sala? Será este visto como detentor de todo o saber? E como fica a relação professor/ aluno, aluno/ aluno?
E quando falamos em trabalho, estamos relacionando-o com a transformação da natureza e, portanto, estabelecemos relação com a produção humana?
E o professor de que forma esta relacionando estes três elementos na construção de conhecimento do aluno?
O professor tem que passar por uma resignificação de seus próprios conceitos, quebrando barreiras.
A barreira da linguagem, quando entende que precisa de um especialista na linguagem do Braille da LIBRAS por exemplo, para mediar uma educação verdadeira; a barreira do preconceito e discriminação, não só com aqueles que são visivelmente diferentes, mas também com aqueles que são de condição humilde e alguns professores pensam: por que  razão me esforçar para oferecer algo que eles não vão entender ou aprender?
A quebra dessas barreiras nos instrumenta para podermos entender que a inclusão hoje é um fato, e que devemos buscar conhecimentos capazes de nos libertar dessa ignorância que se fixa em nós como parasitas tirando-nos a capacidade de agir com a razão sem nos esquecermos de nossa condição humana.
O conhecimento nos instrumenta a racionalmente buscarmos nossos direitos enquanto profissionais da educação, mas também nos oferece competências para sermos humanos stricto sensu da palavra, para oferecermos qualidade na educação, não só para os deficientes, mas também para todas as crianças que tem por direito esta qualidade.
Somente assim vamos, de fato, praticar a educação inclusiva, respeitando a todos, pois todo ser humano já nasce incluso dentro de qualquer sociedade.



 VAL, Claudia Clever Matias: Efetiva da Rede Municipal de Jaciara MT
Graduação em CIÊNCIAS CONTÁBEIS, pela faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço – EDUVALE, conclusão em 1993.
Graduação em Pedagogia, pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço – EDUVALE, conclusão em 2007.
 Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, pelo Positivo, conclusão em maio de 2008.
Pós-graduação em Gestão educacional e empresarial 2014. E-mail: claudia.clever@hotmail.com
                

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