Se a diversidade faz parte da
natureza, e como tal convivemos com ela diuturnamente, pensar em inclusão é
negar essa vivência.
E se negamos e apontamos a inclusão
somente para os deficientes como surdo, mudo, cego, tetraplégico, etc... de que
forma vamos realmente falar em educação global se fingimos uma homogeneidade
entre gordo e magro, alto e baixo, careca e cabeludo?
Pensar
em educação inclusiva, não é só pensar os que apresentam deficiências, mas é
também contemplar os alunos que são lentos na aprendizagem, que se dispersam
com facilidade, é respeitar os vários ritmos existentes numa sociedade rica em
diversidade.
Para se pensar em uma mudança na
escola para atender a estas crianças é preciso levar em consideração que todas
as crianças, sem exceção, tem eficiências e deficiências em sua forma de se
relacionar com o mundo, e que o nosso papel enquanto educadores é o de
humanizarmos essa relação, criando um espaço-tempo onde ocorra uma aprendizagem
significativa por parte de todas as crianças.
Segundo a fala da Profa.
Mestra Mabel Strobel Moreira Wimer,
a relação humana é composta por três elementos básicos quando se fala em
conhecimento: a linguagem, o poder e o trabalho, que estão ligados
intrinsecamente na condição e produção humana em especial na produção cultural.
De que forma estamos nos utilizando de
nossa linguagem, quando se pensa em uma educação inclusiva. Será que
relacionamos a linguagem somente com a oralidade? E as expressões corporal, que
diz o jeito de ser e de fazer de cada pessoa, estamos nos utilizando desta
linguagem?
E o poder, será que é relacionado
somente ao professor dentro de uma sala? Será este visto como detentor de todo
o saber? E como fica a relação professor/ aluno, aluno/ aluno?
E quando falamos em trabalho, estamos
relacionando-o com a transformação da natureza e, portanto, estabelecemos
relação com a produção humana?
E o professor de que forma esta
relacionando estes três elementos na construção de conhecimento do aluno?
O professor tem que passar por uma
resignificação de seus próprios conceitos, quebrando barreiras.
A barreira da linguagem, quando
entende que precisa de um especialista na linguagem do Braille da LIBRAS por
exemplo, para mediar uma educação verdadeira; a barreira do preconceito e
discriminação, não só com aqueles que são visivelmente diferentes, mas também
com aqueles que são de condição humilde e alguns professores pensam: por
que razão me esforçar para oferecer algo
que eles não vão entender ou aprender?
A quebra dessas barreiras nos
instrumenta para podermos entender que a inclusão hoje é um fato, e que devemos
buscar conhecimentos capazes de nos libertar dessa ignorância que se fixa em
nós como parasitas tirando-nos a capacidade de agir com a razão sem nos
esquecermos de nossa condição humana.
O conhecimento nos instrumenta a
racionalmente buscarmos nossos direitos enquanto profissionais da educação, mas
também nos oferece competências para sermos humanos stricto sensu da palavra, para
oferecermos qualidade na educação, não só para os deficientes, mas também para
todas as crianças que tem por direito esta qualidade.
Somente assim vamos,
de fato, praticar a educação inclusiva, respeitando a todos, pois todo ser
humano já nasce incluso dentro de qualquer sociedade.
Graduação em
CIÊNCIAS CONTÁBEIS, pela faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São
Lourenço – EDUVALE, conclusão em 1993.
Graduação em
Pedagogia, pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço
– EDUVALE, conclusão em 2007.
Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e
Institucional, pelo Positivo, conclusão em maio de 2008.
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